O sabelianismo (unicismo) é a visão de que Deus é uma única pessoa; não há uma segunda pessoa chamada Filho, nem uma terceira chamada o Espírito. Antes, quando Deus é ativo na criação do universo e o controlando, ele deve ser chamado Pai; quando ele está ativo na redenção, ele deve ser chamado Filho; e quando ativo na santificação ele é chamado Espírito. Os três nomes significam três atividades diferentes da mesma Pessoa.
A seguir eu dou três motivos pelos quais não concordo com essa doutrina:
1) A interpretação sabeliana é bastante falha em João 5:19-25.
Naquele texto, as funções desempenhadas pelo Pai são a mesma da do Filho,e o
texto não confunde o Pai com o Filho, antes mostra que "tudo que o Pai
faz, o Filho semelhantemente faz" (João 5:19). Se a interpretação de que
Pai e Filho são duas diferentes manifestações funcionais do Deus Eterno,
o texto ficaria totalmente tautológico, uma vez que agora a função do Filho
seria confundida com a do Pai, e a interpretação sabeliana cairia por terra.
2) Talvez, uma das mais importantes argumentações seja a sobre o
Logos (Verbo) de João 1. O Logos é diferenciado de Deus (Pai) pela segunda
cláusula "o Verbo estava COM Deus"(veja minha argumentação em João
1:1 sobre a divindade de Cristo), ou seja, a refêrencia diz respeito ao
relacionamento amoroso entre Deus e o Verbo (João 1:18), e não a um aspecto
funcional ad extra de Deus. O
relacionamento Verbo-Deus é uma relação ad
intra (conforme dito que Verbo era também Deus).
3) Mateus 28:19 não se encaixa com a visão sabeliana. Segundo essa
visão,o Pai é o aspecto funcional de Deus na criação e preservação, o Filho,
aspecto funcional de Deus na expiação e purificação, e o Espírito Santo,
aspecto funcional de Deus na santificação, uma exegese que se aplicada a
fórmula batismal, é "batizando em nome da criação,da redenção e da
santificação", ou seja, uma interpretação absurda. Dr. Gordon H.Clark
explica:
Deve-se notar que no
Novo Testamento o termo Pai nas passagens pertinentes não expressa uma relação
com o homem. O Pai é o Pai do Filho. Mas atividades, como criação e redenção,
não pode ser do pai e do filho. Em outras palavras, a fórmula tripla não
salienta sobre o que Deus faz; ela salienta o próprio Deus como triplo.
Autor: Lucas Freitas/ Co-autor do blog.
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